Select Your Language

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Monster - Capítulo 3

Boa leitura!! Comentem, viu?
_________________________________________________
Capítulo 3
(Valerie)

Alguém abriu a porta do meu quarto.
– Valerie? – ouvi a voz da minha mãe, Cinthia surgir no escuro.
– Não ascenda a luz, mãe, por favor. – pedi num sussurro.
Minha mãe ficou dois dias fora a negócios (ela era repórter de televisão). Nesses dois dias, fiquei trancada no meu quarto, quebrando todos os meus espelhos. Por cima da minha roupa, vesti um casaco que era do meu pai (de antes dele simplesmente ir embora de casa e nunca aparecer) e cobri minha cabeça com o capuz.
– Porque, Valerie? O que houve? Eu só tenho meia hora antes de voltar para a emissora. O que houve?
Mas já era tarde demais. Ela já tinha ascendido a luz.
– Mãe...
Eu quase nunca ficava mais do que meia hora com ela. Nesse pouco tempo, só tínhamos de verdade cinco minutos porque de resto ela passava atendendo ligações.
Levantei o rosto para que ela visse o que sua filha tinha se transformado. Num monstro.
– Valerie?! – ela praticamente gritou. – Como... Como você ficou assim?
– Eu... Acordei assim essa manhã. – menti ao ver que nossos cinco minutos estavam quase esgotados, pois ela tinha pegado o celular.
– Tudo bem. Eu estou ligando para o Dr. Marcus – cirurgião plástico amigo dela. – e ele vai consertar você, custe o que custar.
Vinte minutos depois a sala de estar da cobertura em Manhattan onde morávamos estava repleto de cirurgiões plásticos me cutucando, examinando e dizendo que não podiam fazer nada.
– Idiotas! – gritei. – Façam alguma coisa ou eu ponho o nome de vocês na New York Times com um processo!
– Não entendo, Cinthia. – Marcus falou. Minha mãe gritava com ele do outro lado da sala, sem olhar no meu rosto nem ao menos chegar perto, como se eu estivesse com uma doença contagiosa.
Antes fosse isso.
–... Não há nada que possamos fazer. – ele continuou. – Nada vai alterar o estado da pele da sua filha. Mas seria interessante se ela pudesse ir ao hospital contribuir em algumas pesquisas...
– O quê? Você acha que eu tenho cara de cobaia?! – berrei para aquele idiota.
– Fora daqui, incompetentes! Eu vou mandar processar todos vocês! – mamãe apontou para a porta aos berros, enquanto nossa empregada velha, gorda e mexicana os conduziu para fora. – Todos vocês! – Cinthia destacou, para o idiota não diferente dos outros, Marcus, ainda sentado no nosso sofá de couro.
Maria me encarava.
– E você?! Se olhar para o meu rosto mais uma vez, empregadinha de merda, está despedida, ouviu bem?
Mamãe andava de um lado a outro do apartamento com as mãos na cabeça.
– Eu não posso ter uma filha assim! Como fica a minha reputação?
Foi a gota d’água para mim. Levantei-me da cadeira.
– Sua reputação?! – gritei com toda a minha força. Enquanto eu estava parecendo um monstro, ela estava preocupada com reputação? – É só com isso que você se preocupa? Você arriscaria a minha vida só para que minha monstruosidade não estragasse a sua reputação?!
– Não foi isso que eu quis dizer... – ela pareceu sincera, mas ainda assim não me olhava.
– Se você não consegue nem olhar no meu rosto mãe – zombei com a palavra “mãe”. Que tipo de mãe era ela? – porque não me tranca numa cela para que o mundo não me veja?!
Ela parou, de repente.
– É isso!
– É isso o que?! – berrei.
– Maria, arrume nossas malas. A de Valerie primeiro, com somente o necessário. Eu posso repor tudo depois.
– Ahn? Para que malas? – respirei fundo algumas vezes, tentando recuperar a paciência a muito perdida. Com mais raiva ainda por não ter tido sucesso, soquei o encosto do sofá com força. – Ai! Minha unha, que droga! – observei o estado, percebendo que minhas unhas pareciam sujas, meus dedos cheios de cicatrizes e rugas ásperas.
– Vou te levar para a nova casa que eu comprei á duas semanas. É toda sua. Era para o seu aniversário, uma surpresa. Mas a casa é perfeita, afastada da cidade e á somente uma hora da casa de campo. Assim não haverá ninguém incomodando você ou perguntando. Comprei a casa de uns velhos donos de banco então a mobília está antiquada, mas é só você redecorar ao seu gosto. Tem cinco andares e um jardim fechado. Também tem uma estufa que era dos antigos proprietários.
Mamãe andou até o seu quarto, sorrindo aliviada e escolhendo um perfume.
– Nós vamos nos mudar? – perguntei, chocada.
Eu adorava nossa cobertura aqui no centro.
– Sim. Bem, você vai. Eu vou logo depois, mas preciso passar na emissora antes. Maria e Robert – o motorista – irão levá-la.
Cinthia deu alguns passos até mim como se fosse dar um abraço de até logo, mas parou na metade do caminho, observando minha horrível faceta de monstro. Então simplesmente suspirou e sumiu porta a fora.

4 comentários:

Palloma disse...

AAAAA Q HORROR! Q MÃE DESNATURADA!!
Q ISSO? CINCO ANDARES?? VALY NÃO ERA RICA, ERA MILIONÁRIA!!
MINHA CASA DEVE SER O TAMANHO DO BANHEIRO DELA! :(
hahahahhaahahaha
Adorei o Capítulo 3. Tô mt anciosa pra ler o 4.
*Curiiioooosaaaaaa aki*

Cassy disse...

Mãe desnaturada +1
Meu apartamento É menor que o banheiro dela, pode crer.

Marta Maria disse...

q horror mesmo S:

Cassy disse...

a mãe dela vai ficar fora da história logo logo. Mães desnaturadas. :s