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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Monster - Capítulo 17 - Parte II

– Eu sinto falta das pessoas. – comentei. – De poder sair sem me preocupar. É a primeira vez que eu saio. – a não ser para aquela festa de halloween.
Me senti uma criança falando daquela forma.
– Porque você nunca saiu antes? Quer dizer, de noite, quando não tem ninguém. – ele enfiou as mãos no casaco depois de cobrir a cabeça com o capuz. Ficamos parecendo dois delinqüentes andando na madrugada.
– Por que... Porque eu não tinha motivação. – decidi ser o mais sincera possível com ele, se queria que ele me amasse. E eu só tinha mais três meses.
– E agora, qual é a sua motivação? – perguntou, virando-se para me olhar. Meus tênis faziam um barulho reconfortante e a noite estava fresca, agradável.
Você.
– Eu não sei... É que bem, antigamente eu só gostava de comprar roupas e isso fica meio impossível de qualquer forma. Mas agora eu gosto de CDs, filmes, livros. – virei-me para ele e sorri. – e é culpa sua isso.
Você é minha motivação.
– Então agora eu posso comprar alguma coisa mais fácil. – continuei, tentando calar meus pensamentos.
– É... – silêncio. – Ei, você quer café? – Tyler perguntou e paramos em frente á um Starbucks.
– Pode ser. – virei-me para pegar o dinheiro, mas Tyler me impediu, colocando a mão sobre a minha e me parando. Meu coração disparou e tenho certeza de que fiquei vermelha.
– Leah, francamente. Espere aí. – ele entrou na loja e voltou logo depois com dois copões de isopor com café quente. – Tome.
Peguei meu copo e beberiquei o delicioso café.
– Obrigada.
Voltamos a andar a passos calmos, ouvindo nossos passos e a respiração um do outro.
– E minha outra motivação é que eu não estou sozinha agora.
Olhei bem para Tyler para que ele soubesse que era dele que eu falava.
Uma senhora estava andando na rua apressada, quase nos alcançando. Tyler se prostou na minha frente assim que eu abaixei a cabeça, fugindo do olhar da mulher. Assim que ela passou, Tyler voltou para o meu lado.
– Obrigada. – sussurrei.
– De nada. – suspirei, esperando que ele falasse algo mais. E quando eu desisti de esperar, ele falou: – Deve ser difícil para você ter que ficar se escondendo o tempo todo.
– É deprimente. – confessei.
Justo eu, a garota que mais gostava de aparecer na escola, tendo que me esconder pelos cantos. Na verdade, foi bem feito.
Se não fosse pela minha antiga estupidez, eu jamais teria sido amaldiçoada.
E jamais teria conhecido Tyler dessa forma. – acrescentei.
Andamos por cerca de uma hora e meia depois voltamos para casa.
– Acho que temos que entrar de fininho. – sussurrei. – A porta está trancada.
– A janela...? – sugeriu, sorrindo zombeteiramente lindo.
Eu estava completamente apaixonada por Tyler, isso eu tinha certeza.
Como dois fugitivos, entramos pela janela da sala de estar – a única que estava aberta – e andamos na ponta dos pés na escada. Tyler me acompanhou até a porta do meu quarto.
– Obrigado pelo passeio. – ele parou na soleira da porta.
Seria muito estranho se eu perguntasse se ele gostaria de entrar e ficar?
Sim, seria.
– Obrigada você. Boa noite. – sussurrei e o vi subir as escadas em silêncio.
Me peguei pensando que a noite só seria mais perfeita se ele tivesse me beijado antes de ir para o seu quarto.
Me joguei na cama, sorrindo.

2 comentários:

Palloma disse...

Aiai..
Estou aqui, suspirando...♥
(:

Cassy disse...

Quero ver no próximo capítulo então!