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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Monster - Capítulo 18 - Parte II

Cinco segundos depois a magia foi quebrada com Tyler se jogando na areia ao meu lado. Podíamos ouvir perfeitamente o barulho do mar calmo ao longe.
– Onde meu óculos está? – perguntou quando nós dois finalmente paramos de rir.
– Com sorte, eu peguei ele a tempo, ou você ia ter sentado em cima. – ri e lhe entreguei seu óculos.
– Se você não tivesse pegado meu óculos isso não teria acontecido. – resmungou, mas eu sabia que ele estava brincando.
– Se você não tivesse se jogado em mim isso não teria acontecido. – corrigi.
– Se você não tivesse corrido eu não precisaria me jogar.
– Se eu não tivesse corrido você não me deixaria pegar o seu óculos.
– Se você não tivesse pegado meu óculos eu não estaria morrendo de frio.
– Se eu não tivesse pegado seu óculos você ainda estaria no carro.
– Ainda estou morrendo de frio.
– Besta! – dei um soco de leve em seu ombro. Tyler me ajudou a levantar e então fomos para dentro nos aquecer.
Eram por volta das cinco da tarde quando Tyler entrou em meu quarto e interrompeu minha leitura.
– Vamos sair. – declarou. Ele segurava dois cobertores embaixo dos braços.
– Nesse frio? – gemi.
– Você me trouxe para cá, aguente.
Tyler jogou um dos cobertores na minha direção.
– Tudo bem. Mas aonde vamos?
– Vem! – me puxou pela mão para que eu levantasse da cama e o seguisse. Andei atrás dele por todo o caminho para fora e vi dois panos e duas canecas com café posicionadas ali. Ele acenou para que eu sentasse e sentou ao meu lado, enrolado no cobertor.
Só então entendi o que ele queria que víssemos: o por do sol.
– Não é lindo? – perguntou, olhando atentamente o sol desaparecer no horizonte como se mergulhasse no mar.
– É fantástico. – concordei, vendo o céu ficando rosa e lilás em alguns pontos.
Ficamos em silêncio até que o sol se pôs.
– Vamos entrar? – perguntei, desejando ficar mais tempo ali com ele apesar do frio.
– Um... Dois... – contou, olhando para o céu. Ele estava contando as estrelas que iam aparecendo.
– Três, quatro... Cinco, seis, sete... – ajudei. Eu estava tão perto que sentia o calor emanando do seu corpo.
– Oito, nove, dez... Onze, doze, treze, quatorze...
Contamos as estrelas até elas salpicarem todo o céu e ser impossível de contar. Chamamos Maria e Noel e fizemos uma fogueira ali, jantando peixe frito a beira do mar. Depois, andamos em quase a praia toda.
[Continua...]

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