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quinta-feira, 21 de julho de 2011

Monster - Capítulo 12 - Parte II

Oi gente! Voltei de viagem! E, estou preparando uma surpresa pra vocês!!! Como é surpresa não vou dizer o que é, mas sei que vai demorar um pouquinho. Aposto que vocês vão gostar! Sentiram minha falta? Esse capítulo É LINDO demais, eu amei. Boa Leitura!
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PARTE II:

Uma garota estava parada na soleira da porta, mas isso não era o impressionante. Era o rosto dela, completamente desfigurado, com cicatrizes por toda a pele, cicatrizes profundas em preto, vermelho e um roxo azulado como raízes de árvores percorrendo sua testa, a volta de seus olhos castanhos, suas bochechas, seu queixo e pescoço, tocando todos os cantos até as raízes do cabelo negro ondulado.
– Leah? – sussurrei, surpreso. Não surpreso por seu rosto (não tanto), mas mais por ver que aquela garota estava longe do estereótipo de patricinha que eu imaginei. Bem longe do loira de olhos azuis, ou até mesmo morena como Valerie, a garota da minha escola que desapareceu depois do dia do Baile Anual de Inverno. Vai ver ela ficou com desgosto de ter olhado na minha cara e decidiu mudar de escola.
Mas a garota na minha frente... Havia algo nela, algo por trás das cicatrizes. Era como se eu a conhecesse de algum lugar.
– Horrível, não é mesmo?
– Meu... Deus! – exclamei.
– Eu... Tyler, por favor. Eu não vou te machucar.
Eu sabia que não. Se ela quisesse me machucar, já teria feito isso antes.
– Não é horrível. – me recompus da surpresa.
– Monstruoso, eu sei.
– Não, é só... Diferente.
Ela me fitou, avaliando se minha resposta fora sincera. Olhei dentro dos seus profundos e sombrios olhos castanhos, e o que encontrei quase me fez tropeçar e cair para trás. Havia tanta... Dor nos olhos dela, uma dor horrível e profunda, solitária. Tanta dor que instantaneamente eu quis confortá-la, esquecer da raiva por ela ter me prendido nessa casa e apenas fazer sua dor passar.
Pelo canto do olho, vi minha mãe ser esticada na direção de Leah. Encolhi os dedos e baixei o braço. Seria muito estranho ir lá e tocá-la. Não sei ao certo porque, mas tocá-la era tudo que eu queria no momento.
– Você quer tocar? – ela perguntou, confusa. Sua voz estava reta, calma.
Assenti com a cabeça como uma criança curiosa e me vi andando até ela.
O que diabos eu estava fazendo?
Leah me olhou nos olhos enquanto eu lentamente levantava minha mão e encostava a ponta dos dedos na sua bochecha. Sua pele era um pouco áspera, estranha, as cicatrizes como marcas salientes.
Senti o ar fugir dos meus pulmões quando realmente encostei os dedos nela.
O que tem de errado comigo?
Quando a toquei, meus dedos formigaram de uma forma quente, e meu coração bateu alto, forte e descontrolado.
O que tem de errado comigo?
Escorreguei o dedão delicadamente para cima de uma das cicatrizes, sentindo somente a pele áspera.
Leah fechou os olhos.
– Dói? – tirei os dedos do seu rosto automaticamente, com medo de tê-la machucado.
– Não. Eu não sinto nada, a não ser minha pele áspera, quando eu toco. – explicou. Recuei alguns passos, tentando acalmar meu coração batendo desordenado. Leah sorriu amigavelmente. – Fico feliz que tenha saído.
– Aquele quarto estava me deixando claustrofóbico. – expirei profundamente, enfiando meus dedos formigando no bolso da calça. O formigamento parou. Inspirei, me sentindo meio estranho, e olhei ao redor. – Esse jardim é tão lindo! – exclamei, sentando-me num dos bancos e finalmente sentindo meus batimentos cardíacos estabilizarem. Meu óculos escorregou, meu rosto suando.
– Eu fiz o jardim. – Leah sorriu amplamente, vitoriosa.
– Você? Você fez esse jardim?
– Com um pouco da ajuda de Noel e Maria, mas sim, eu fiz quase tudo sozinha. Você gostou?
– É... Deslumbrante. Tudo tão vivo, tão bem cuidado... – o jardim realmente me fascinou.
– Obrigada. Então, você gosta de jardins. – não era uma pergunta.
– Plantas, em geral. As flores me fazem lembrar da época em que meu pai levava flores para minha mãe, quando eu era pequeno. – não sabia por que estava contando aquilo á ela.
– Levava? O que aconteceu com ele? – ela se sentou no outro banco, de frente para mim.
– Ele se mandou de casa com a secretária do escritório dele quando eu tinha dez anos. Nunca mais soube dele. E minha mãe, bem, ela era dentista, mas desde que meu pai se foi ela se perdeu. Ela continua tentando achar uma forma de superar a falta do meu pai. Com drogas, bebidas, homens. E você. – suspirei lentamente.
– Meu pai foi embora de casa sem mais nem menos. Minha mãe era difícil de se conviver, trabalhava demais. – ela fez uma pausa, mas eu sabia que havia mais. Assenti, para que ela continuasse. – Mas ela me abandonou aqui. Sua reputação demais para que a filha monstruosa a atrapalhasse.
Leah baixou os olhos para o chão, e mais uma vez senti vontade de ir lá confortá-la, acabar com sua dor maçante.
Fiquei tentado a lhe perguntar como ficou daquele jeito, mas com certeza não era um assunto muito fácil de se tratar. Então guardei minha curiosidade para mim mesmo. Invés disso, perguntei a primeira coisa que veio á minha mente e que não me pareceu tão dolorosa.
– Leah finalmente levantou os olhos dos tênis All Star (coincidentemente, All Star pretos iguais aos meus) e me fitou. Olhei dentro dos olhos dela, preparado dessa vez, encontrando toda aquela dor avassaladora. Tossi, engasgando.
– Sim, muito. – ela suspirou. – Dói muito também, sabe? – outro suspiro e uma engolida em seco.
Leah seria bonita se seu rosto não estivesse daquele jeito, reparei. Ela tinha um corpo bonito.
Porque ela me parecia familiar?
– Posso te contar um segredo? – ela parecia pouco à vontade.
Ela queria contar um segredo? Para mim? Me senti lisonjeado, porque isso significava que Leah confiava em mim, mesmo nós dois tendo acabado de nos conhecer.
– Sim?
– Quando minha mãe me abandonou e me prendeu aqui, meu mundo acabou. Primeiro meu pai me abandonou, agora minha mãe... Por um tempo, nada fez muito sentido. Eu me sinto tão só e vazia desde que tive que ficar confinada aqui... Então eu vim ao jardim um dia – ela estava perdida em lembranças. Deixei que desabafasse, isso talvez aliviaria sua dor – e o vi tão feio, tão mal cuidado. Mas ele podia ter esperanças de voltar a ser bonito um dia.
Não sabia mais se ela estava falando do jardim ou de si mesma.
–... Então eu me dediquei de corpo e alma ao jardim, e enquanto estava com ele as coisas estavam bem. Mas era somente eu largar o jardim para me sentir muito, muito mal. Eu chorava todas as noites de saudades da minha mãe principalmente. Esperava toda manhã que ela aparecesse, e me partia em pedaços quando a noite chegava e ela não tinha aparecido.
Fechei os olhos, respirando entrecortado. Eu sabia como ela se sentia. Exatamente. Todos os dias – até hoje – eu esperava que meu pai voltasse e que ele resolvesse tudo e as coisas voltariam a ser como antes. Acostumei-me com a dor e chorei cada vez menos. Agora o sentimento pungente era de raiva. Eu tinha raiva dele, ódio por ter ido embora. Era culpa dele o estado deplorável em que minha mãe se encontrava.
– Eu nunca contei como me sentia a ninguém. – Leah disse por fim, visto que eu não respondi. Sua voz estava embargada, seus olhos a ponto de liberar uma lágrima.
Fechei as mãos em punho – mantendo-as grudadas ao lado da perna – lutando contra o extinto de ir lá e confortá-la. Aquilo era mais forte que eu. Nunca gostei de ver uma mulher chorar porque isso me lembrava da minha mãe sofrendo pelo canalha do meu pai. E com essa garota em especial... Eu não podia vê-la sofrer.
– Eu acho... Eu acho melhor eu ir. – falei, levantando-me antes que fosse até lá e fizesse alguma coisa muito esquisita.
– Espera! – ela praticamente berrou. Virei-me e a olhei. – Quer dizer... Me desculpa por ficar falando... É que eu fiquei tão feliz por você finalmente ter saído do quarto... Você poderia fazer isso mais vezes.
– É. – respondi com sinceridade. Talvez se eu deitasse e dormisse um pouco me sentira menos confuso e estranho.
– Você... Poderia vir para o jantar. – convidou, sorrindo um pouco.
– É. – minha voz saiu rude demais, fazendo seu rosto desmoronar. – Tchau. – saí de lá antes que desse meia volta e fizesse alguma coisa idiota para que Leah sorrisse.
O que tinha de errado comigo?
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PS: AMO ESSE CAPÍTULO DEMAIS. E VOCÊS?

2 comentários:

Palloma disse...

O MELHOR CAPÍTULO DE TODOS!!!!
AMEI AMEI AMEI
Quase chorei!!
Esse Tyler é MUUUIITOOO fofo!!
Eu quero ele pra mim!
A forma como ele se preocupou com ela, e o modo como ele não queria demonstrar o quanto se preocupava por medo dela achar estranho. Isso tudo mostra que ele se importa com ela. Muito.
Ai! Achei mt fofo! Adorei ler os pensaentos dele, saber o q ele achou.
Tô mega curiosa pra ler amanhã!! (:
Parabéns Camilla Zahn.

Cassy disse...

kkkkk Ainda nem digitei o capítulo de amanhã! :P
É, eu adoro escrever as coisas do ponto de vista do Tyler! Pode esperar que amanhã a gente vê a reação da Valy.
Bjs!