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terça-feira, 12 de julho de 2011

Monster - Capítulo 7

Capítulo 7

Um barulho lá em baixo me acordou. O que será que estava acontecendo?
Silêncio. Depois o som de vidro quebrando penetrou nos meus ouvidos.
Minha estufa!
Corri o mais rápido que pude. – sem nem me importar por estar de pijama – Abri as portas de vidro da estufa e dei de cara com uma mulher alta, morena e magra que de alguma forma me parecia familiar ao lado de muitos cacos de vidro, segurando uma pedra.
– Minha estufa! – gritei. Atrás dela um grande buraco na parede de vidro. Vasos derrubados, rosas caídas e pisoteadas.
A mulher se virou para correr pelo buraco mas eu fui mais rápida e a agarrei.
– Me solte! Eu tenho uma arma!
No meu novo estado de monstro não sabia se deveria arriscar estar perto de uma arma, mas eu estava com tanta raiva por aquela ladrona ter destruído minhas flores...
Ela iria pagar.
A raiva pulsava nas veias, a adrenalina sendo mandada a todas as partes do meu corpo.
Derrubei-a no chão e puxei as coisas que ela tinha na mão. Uma pedra e um estilete. Grande arma.
– Me deixe ir! – ela choramingou. – Eu sinto muito! Eu estou fazendo isso porque preciso de dinheiro! Ameaçaram meu filho se eu não pagar!
– Seu... Filho? – hesitei, mas mantive o aperto forte.
A mulher tremia de uma forma nada normal, seus olhos, vermelhos e lacrimejando. Uma drogada.
– Eu só quero protegê-lo! Por favor, não faça nada comigo!
Lembrei-me que eu era um monstro, então na luz do luar e cheia de fúria, deveria parecer muito além de assustadora. Segurei seu pescoço com o máximo de força, apertando.
– Você quer ir? E quer proteger o seu filho? – ela assentiu enquanto eu pensava.
A frase que Maria tinha me dito mais cedo apareceu na minha cabeça: “Coisas inesperadas acontecem quando menos se espera.”
– Vamos fazer um acordo então. – afrouxei um pouco o aperto para que ela pudesse respirar. – Eu te dou todo o dinheiro de que você precisa. Mas, em troca desse pequeno favor, você... Você irá trazer o seu filho para cá. Ele ficará em segurança.
– Pegue o que quiser, apenas me deixe ir!
Coloquei as mãos nos bolsos dela e encontrei exatamente o que achei que estaria lá. Um saco cheio de drogas, comprimidos e agulhas, uma faca pequena e uma carteira com cinco dólares e um RG.
– Você não vai pegar o meu dinheiro e fugir.
Não sei o que meu celular fazia no bolso da calça do pijama, mas mesmo assim o peguei e tirei rápidas fotos: da vidraça quebrada, das drogas, da mulher.
– Se você não me trazer seu filho em duas semanas essas fotos irão para a polícia.
Levantei-a, mantendo meu braço numa gravata em seu pescoço e a arrastei escada acima até o meu quarto.
Não pensei que eu era tão forte.
– Vamos pegar o seu dinheiro.
Chutei a porta semi-aberta e com uma mão abri a gaveta da cômoda, pegando um talão de cheques e sinalizando para que ela me dissesse de quanto precisava.
Meus olhos focaram no espelho, brilhando a luz da lua alguns centímetros ao lado da minha mão. Puxei o cheque, mas antes de entregá-lo á mulher, virei-me para o espelho.
– Me mostre o filho dela.
A mulher franziu a testa, chutando o ar e tentando pegar o cheque para fugir do meu aperto.
Me surpreendi com a imagem que o espelho me mostrou:
Andando por uma rua escura, Tyler Benson parecia preocupado.
– Como... – a mãe dele chutou o ar outra vez.
Tyler? Ele seria o garoto que iria quebrar a maldição?
Apertei o pescoço dela com força outra vez. Ela tossiu.
– Estamos entendidas? Traga Tyler em duas semanas ou eu vou te encontrar e as consequencias serão graves, se me entende.
– Ele vai estar seguro longe de mim. – não era uma pergunta.
– Estamos entendidas? – repeti.
– O que ele vai pensar de mim?
Pigarreei para que ela pensasse atenção em mim.
– Você quer o seu dinheiro ou não?
Balancei o cheque no ar e a soltei. A mãe de Tyler pegou o cheque e correu escada abaixo tão rápido que chegava a ser engraçado.
– Que barulheira foi essa? – Noel apareceu na porta do quarto.
Um garoto... Um garoto ia vir para cá. Ele ia quebrar a maldição.
Maria apareceu também.
– O que houve?
– Uma coisa inesperada aconteceu quando eu menos esperava. – praticamente pulei de alegria.
Talvez houvesse esperança para o monstro.

2 comentários:

Palloma disse...

Tá bom, eu estava errada. ESSE é o melhor Capítulo até agora.
Tá ficando cada vez melhor.
Meus parabéns! Estou amando a história.
Fiquei muito feliz pela Valy, foi incrível tudo que aconteceu. Como as coisas mudaram para ela, de uma hora para a outra.
Ainda há esperanças.

Cassy disse...

NOSSA,Se vc achou esse o melhor capítulo até agora espera até chegar nos MEUS capítulos favoritos.
Sempre há esperanças. :)